4/11/2006

Garota de plástico

Ela podia ser confundida com uma atriz de Hollywood.Certamente o seu corpo rijo e a leveza dos seus movimentos sugerem certa fineza e glamour,aparntemente ela era intocável.
Sempre rodeada de uma multidão de almas ansiosas por uma palavra sua ou um gesto de interesse ,ela gargalhava e traduzia a alegria de um mundo triste e sedento por um futuro tão promissor quanto o seu .
Não foi através do suor ,pelo calor que fazia,que a sua maquiagem derreteu (por enquanto,ela não era tão humana a ponto de suar).Foi através do seu sorriso,o seu maior sinal de superioridade ,que eu enxerguei a denúncia.
Fraca ,fria e infeliz...Isso é o que ela era .As suas mãos tremiam,ela tinha vontade de sair correndo daquele ambiente cheio de criaturas esguias que a fechavam e ameaçavam comê-la numa só bocada.
Qual será o verdadeiro significado da vida para aquela menina maquiada que brilhava no escuro?
De repente,detive minha atenção nos seus pés,talvez tentando buscar a verdadeira direção dos seus olhos quase fechados.Não,ela não deveria usar aqueles sapatos...Havaianas seriam mais apropriadas .
Enquanto eu analisava com pena e curiosidade aquele pavão descolorido se levantar, os meus olhos continuavam a buscar seu olhar .Novamente,o local que deveria ser destinado às havaianas me instigava e me preocupava.Medo, isso foi o que eu senti quando seus passos sincronizados começaram a cruzar o pátio da faculdade.
Como num piscar de olhos os seus pés bambearam em cima do salto agulha,enquanto seu corpo se balançava num ballet estranho e angustiante.Depois da dança,cansada,ela dormia no chão com a cabeça apoiada na sua bolsa Louis Vutton que me custaria,no mínimo,uma vida para servir de travesseiro.
Intântaneamente o pátio se concentrou no sono glamuroso daquela bela adormecida ,enquanto uma multidão de homens e mulheres se insultavam pela posse do seu corpo e dos cuidados de que ela necessitava.
Chorei.Para mim,aquela gatora triste e sofrida havia desistido de lutar pela vida e escolhido a morte .Ela abriu os olhos,ela estava morta!Nós a matamos,o mundo a matou,as pessoas que mais a admiravam a mataram.
Ela não queria a fama,queria apenas a vida.

9 Comentários:

Às 7:25 PM , Anonymous Anônimo disse...

Texto 10 !!!!

mas pq será que ela usava aqueles "apetrechos" todos?

 
Às 7:36 PM , Blogger Esther disse...

Ai que trágico! hehehe Adorei. Esse seu conto foi fruto daquela atividade de observação que Alena nos passou? Pelo visto só eu ainda n pensei no meu conto né. :)

 
Às 7:46 PM , Anonymous Anônimo disse...

O que me da ate raiva, são aquelas mulheres que parecem todas iguais, você olha pa uma e parece que já viu todas. Em um país que cada dia mais se da valor as coisas industriais, ao superficial e artificial. Segue uma tendência de se padronizar tudo, ate a beleza e a forma de pensar, a futilidade predomina. As vezes eu penso que o errado nessa história sou eu mesmo, porra, não deve ser possível que tanta gente esteja errada e só eu certo. Ainda bem que ainda tem gente contra essa padronização do ser. Mas o pior não são as pessoas que seguem essa norma, mas sim quem olha e bate palmas para isso. Mas pensando bem, quem gosta disso, são as pessoas que estão dentro desse “movimento”.
A pessoa acaba perdendo sua individualidade e sendo só mais um no “bolo” sem saber que a beleza é ser única. Não só as mulheres se “plastificam” vários homens(ou pelo menos eles pensam que são homens) colocam mascaras. Porem todos nos usamos mascaras, só que tem gente exagerando demais nisso e perdendo a noção de quem realmente é.


ps: acho que to me empolgando, da proxima vez eu vou tentar passar a menssagem escrevendo menos uhauhahuhahua
bjao

 
Às 7:58 AM , Anonymous Anônimo disse...

Realmente muitas dessas meninas não querem a vida que tem, mas as mantêm por uma questão de prestígio... Díficil isso.
Bom texto.
Beijão

 
Às 1:32 PM , Anonymous Anônimo disse...

bom texto!
ela n queria fama, queria viver.

viver como? dependendo das criticas dos outros ou das proprias?
acho q se fossem proprias n se enfeitaria tanto assim, n seria tão igual, como diz thiago.

 
Às 4:44 PM , Anonymous Anônimo disse...

Migaa olha eu aki de novoo huauhahuhuahuahuahhuaa
Te amuuu!
blog lindu!

 
Às 5:40 PM , Anonymous Anônimo disse...

Oi carlinha! Gostei do seu conto, realmente concordo com todos os argumentos citados acima e acho q as "meninas" não conseguem se livrar desse mundo artificial superficial, talvez pq seja tão vicioso e ao mesmo tempo tão manipulativo, o q não falta são exemplos no nosso cotidiano, não a palavra não serai exemplos mais incetivos! Valeu!

 
Às 8:32 PM , Anonymous Anônimo disse...

real..simplesmente maravilhoso!Pessoas que vivem de acordo com a opinião dos outros, vontade dos outros, e como thiago disse sem individualidade, substituindo a vida por um momento de fama. Amei essa parte:"(por enquanto,ela não era tão humana a ponto de suar).

 
Às 1:07 PM , Anonymous Anônimo disse...

Ñ entendi o pavão :X fico legal tbm \o_ só q o pavão era a mulher linda? tpw.. pavão eh o macho n? xD e c podia ter feito a menina reviver neh vei? q final infeliz :PP

 

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